Com que frequência devemos correr?

02/04/2015

A corrida torna-se viciante ao fim de algum tempo de prática porque nos torna mais felizes! Perante este cenário, levanta-se a seguinte questão: com que frequência devemos correr?

O exercício físico é responsável pela produção de endorfinas, que entre outras coisas são responsáveis pela sensação de excitação e alegria que surge durante a prática de exercício. Além disso, as endorfinas, como a composição da palavra o indica (endo = interno e morfina = analgésico), também causam alívio nas dores, isso porque evita que as células produzam mais sinais de dor.

A compulsão por exercício é uma obsessão que é atribuída a muitos fatores, sendo a endorfina a principal culpada. Essa é uma obsessão que é difícil de ser diagnosticada pois está fortemente ligada a um estilo de vida aparentemente saudável.

Segundo o PT Tiago Silva, a frequência com que se corre tem a ver com o nível de esforço despendido pela quilometragem ou ritmo. Se a corrida ao final do dia, de 30 a 45 minutos, for a um ritmo descontraído, mesmo que envolva algum cansaço, apesar das poucas horas de recuperação não haverá grande problema em ir correr no dia a seguir de manhã. A questão coloca-se quando a corrida é feita a um ritmo mais acelerado, causando desgaste
muscular e energético, o que fará com que o treino matinal seja algo mais sofrido, com os músculos a latejar e tensos.

Tiago Silva, adianta ainda, é imprescindível ter-se muito boa preparação física para se conseguir treinar mais do que uma vez por dia sem sentir dor ou desconforto nos dias seguintes.

É importante lembrar que apesar das endorfinas ajudarem a aliviar dores, produzindo uma sensação de bem-estar, elas podem ser prejudiciais, se produzidas em grandes quantidades, o que acontece quando praticamos exercícios em altas intensidades, que resultam da tendência que existe para continuar, mesmo que de forma inconsciente, levando a atividades extenuantes por um período prolongado de tempo.

Quando isto acontece, os problemas surgem no longo prazo, com o surgimento de lesões por excesso de uso ou, em casos mais graves, condições severas de overtraining que podem prejudicar o apetite, o sono e o equilíbrio hormonal.

Como saber se está a exagerar?

1) Perdeu compromissos sociais ou familiares importantes para treinar?

2) Parou alguma atividade que costumava fazer com amigos para poder fazer exercício?

3) Perder um treino deixa-o irritado e deprimido?

4) Só se sente feliz a treinar ou logo após os treinos?

5) Procura treinar mesmo estando doente ou lesionado?

6) Mesmo após cumprir todo o treino planeado, acaba por fazer sempre um pouco mais?

7) Amigos ou familiares já comentaram que anda a fazer exercício a mais?

Se respondeu sim a três ou mais questões, pode ter perdido um pouco o foco nos seus exercícios. Treinar é saudável se conseguir manter o equilíbrio entre a sua vida pessoal (e profissional) e os treinos/ corridas.

It’s UP to You correr com o corpo e com a cabeça. Esteja atento e não permita que o seu estilo de vida saudável se transforme em aparentemente saudável!

Raquel

Tiago Silva _ PT

Nota: Questionário @http://www.espiritooutdoor.com/