Fazer turismo a correr

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Ontem foi um dia diferente. Começou com desporto e cultura em simultâneo. Fui experimentar o circuito de 10km da Lisbon City Runners (LCR), pelo centro de Lisboa. Temi pela falta de capacidade na subida das colinas, mas já lá vamos…

O ponto de encontro, que para os turistas normais é à porta do Hotel onde se encontram hospedados, no meu caso, primeira Lisboeta a fazer o circuito, foi na Praça do Rossio, às 7h30.

Preocupada com as subidas que se adivinhavam e a noite mal dormida, preparei um sumo power, para tomar meia hora/ 45 minutos antes do início da corrida. Além da manga e da aveia, juntei à água e gelo, uma colher e meia de chá de Açaí para ficar bem energético.

Saí de casa por volta das 7h00 enquanto a cidade ainda dormia.

Cheguei uns minutos antes da hora combinada e ainda consegui fazer uns alongamentos pré-corrida para alivar as dores musculares resultado das seis corridas da última semana.

À hora combinada, chega Pedro Vieira, Running Partner da LCR. Começou por fazer uma breve apresentação do circuito que íamos fazer, disponibilizou uma garrafa de água e deixou bem claro que o ritmo da corrida é sempre ditado pelo Turista, neste caso eu, Turista por um dia na sua própria cidade. Ainda tentei arranjar argumentos para contorna as subidas, ao que tive a resposta dessa parte ser a mais gira…

Começámos pela Rua Augusta, passando por baixo do Arco e virando à direita até à Casa dos Bicos, atual Fundação José Saramago. Deu-se a primeira paragem, com direito a uma breve explicação sobre a oliveira em frente à fundação. Seguimos para Alfama, atravessámos para o Campo das Cebolas, e corremos junto ao Rio até à Praça do Comércio, onde houve uma nova paragem, e continuando até ao Cais do Sodré. Regressámos, passando pela Câmara Municipal de Lisboa até ao elevador de Santa Justa, onde parámos para recuperar forças e dar início às subidas. Rua do Carmo feita a ouvir as vantagens das subidas na corrida, onde se assume a melhor postura ao se colocar primeiro a parte da frente do pé, depois subimos o início da Rua Garrett, virando logo à direita, onde me esperava uma subida a pique e a “morte anunciada”. Rendi-me a passar da corrida à marcha, a 1/3 do fim da Calçada Sacramento, chegando ao Convento do Carmo, no limite das minhas capacidades físicas.

Depois de tirar umas fotografias no cimo do elevador de Santa Lúzia, subimos a Rua Garrett em direção ao Miradouro de Santa Catarina, passando pelo Largo Luis de Camões.

O regresso foi iniciado pelas ruas do Bairro Alto, com novas subidas, com paragem no Miradouro de São Pedro de Alcântara que, segundo Pedro Vieira, é o ex libris da cidade, local onde os turistas ficam boquiabertos com a vista.

Nova subida até ao Príncipe Real e, partir daí, foi sempre a descer :-): Rua Barata Salgueiro, Av. da Liberdade, Restauradores, com chegada ao ponto de partida na Praça do Rossio.

Esta é uma atividade de vive da partilha de experências, de conhecimento e de situações engraçadas vividas pelos turistas. Por exemplo, uma indiana, residente em Londres, fez o circuito até Belém, a correr e a andar, e assim que lá chegaram, avisou que tinha uma reunião daí a 45 minutos, o que levou a terem de regressar de táxi.  Outro exemplo, uma rapariga da Arábia Saudita que permitiu tirar uma fotografia para recordação, com a condição de não publicarem, e que a nota mais pequena que tinha para pagar 35€ era de 500 euros.

Segundo Pedro, “são mais as mulheres que procuram este serviço”. Istp deve ao facto de se sentirem mais seguras por correrem acompanhadas. Também há clientes que são verdadeiros atletas e que vão de férias e querem manter os treinos de 30km.

O valor de cada circuito é de 35€ para a primeira pessoa, a segunda paga + 5 euros e a partir dos 4 elementos, o valor passa a ser 20€ por pessoa. No momento do pagamento os clientes são convidados a pagar mais 1€ que reverte a favor da Instituição Operação Nariz Vermelho.

O valor do meu circuito, por sugestão do Pedro, uma vez que eu não tinha conhecimento da parceria, foi dado na totalidade à Instituição Operação Nariz Vermelho.

E, porque interessa sempre saber de onde surgem as boas ideias, esta surgiu de uma viagem que o Pedro fez de carro com a mulher há uns anos atrás, altura em que se preparava para a uma maratona, e deparou-se com a dificuldade de encontrar locais para correr em algumas cidades por onde passaram.

É razão para dizer que as boas ideias surgem quase sempre da necessidade de encontrarmos soluções para os desafios com que somos deparados no dia-a-dia!

It’s Up to You!

Raquel