Achava eu que as lesões só aconteciam aos outros, mas ao fim de dois anos a correr, a “sorte” bateu-me à porta. Logo na melhor altura, a 75 dias, 9 horas e alguns minutos da participação na primeira maratona.
Não é de estranhar quando uma das conclusões do estudo “Prevalência de Lesões em Corredores de Rua e Fatores Associados” refere que se verificam mais lesões quando a prática do exercício possui um foco sobre o desempenho em competições, mesmo quando supervisionado por profissionais.
No meu caso deu-se um bloqueio na articulação sacroilíaca esquerda (bacia), resultando numa contratura no músculo adutor que só passará com descanso, fisioterapia e massagens desportivas. Durante quanto tempo? Ainda por determinar.
Segundo Arnaldo Abrantes, médico da Clinica Athletika, “uma lesão/impossibilidade de treinar, é sempre algo complicado de gerir a nível físico e psicológico, e infelizmente tem de se ter mesmo muita paciência, para primeiro recuperar a 100% e depois criar as condições necessárias de prevenir novos episódios (ex. alongamentos, massagem com regularidade, etc.)”.
Assim sendo, aconselhada a parar de correr, a rotina diária proposta pelo personal trainer, António Costa, passa por andar cerca de meia hora, acrescido de um treino localizado de reforço muscular abdominal, composto por pranchas (treino isométrico), normal e laterais, 1 min. no mínimo cada, elevação 10 vezes cada perna e abdominais hipopressivos.
Além da fisioterapia, as massagens localizadas têm sido fundamentais ao logo de todo o processo. Tenho vindo a ser acompanhada ao mais alto nível, primeiro pelo Norberto, que põe Bob Marley, ou o que a pessoa quiser, a tocar para distrair e atenuar o sofrimento causado pela massagem. Com a sua ausência rumo aos Jogos Olímpicos, para tratar de “outros” grandes atletas :-), a última massagem foi com a massoterapeuta Joana Morais, também da Clinica Athletika cujas marcas visíveis no dia seguinte, serviram bem o propósito, uma vez que as dores sentidas ao inicio da massagem desapareceram no final da mesma. Tive ainda o privilégio de ter uma “aula” de anatomia da zona da bacia e membros inferiores. Depois de toda a explicação e relato da sua experiência ao nível do tratamento da dor músculo-esquelética da zona do adutor, lá me enchi de coragem para perguntar se achava que ainda a tempo de me tratar e estar preparada para uma maratona no final de Outubro.
A resposta afirmativa da Joana manteve-me à tona, a acreditar que ainda tudo é possível, e que dia 22 de Outubro estarei a cumprir o desejo de correr a primeira, quem sabe a única, maratona da vida.
Como Raquel Arvelos diz, amiga do Instagram e praticante acérrima de exercício, “é preciso ir buscar alternativas ao que não podemos fazer e ver o lado positivo da coisa, porque há sempre um lado positivo”. O “não fazer” nesta fase para mim ainda significa, não conseguir correr e estar a treinar como gostaria, o resto logo se verá.
It’s Up to You!
Raquel