Maratona de Sevilha, a minha segunda maratona

Já passaram umas semanas, ou melhor, faz amanhã precisamente dois meses que fiz a minha segunda maratona e só agora me apeteceu escrever sobre a experiência.

Apesar de sairmos de uma maratona logo com outra na cabeça é preciso descansar o corpo e a mente, “arrumar a casa”, pensar no que fizemos bem e no que podíamos ter feito melhor, para conseguirmos falar sobre todas as emoções, desta vez mais a frio, resultado do tempo que já passou, e começar a definir um plano para um novo desafio. Mas já lá vamos.

A preparação para a minha segunda maratona, ao contrário da primeira, foi feita de forma relaxada, a olhar de longe para o plano que tinha seguido para a primeira maratona, sem quase reforço muscular e com a única preocupação de cumprir os treinos longos.

O resultado foi o esperado. Deu asneira. Apesar de ter conseguido superar-me no tempo em que fiz a primeira maratona, penei e sofri para chegar à meta. Fazendo um breve resumo: os primeiros 7kms foram tranquilos, corri a uma velocidade um pouco acima do que devia (errado) para acompanhar as estreias do Team em maratonas e, deixá-los partir no momento em que começaram a acelerar.

Cheguei aos 15kms com a típica “dor de burro”, que em Copenhaga apareceu aos 25/28kms, mas lá consegui ultrapassar este primeiro obstáculo. Com a primeira dor e desgaste a surgir tão cedo passou-me pela cabeça permitir-me não terminar a maratona. Começamos naqueles pensamentos que somos livres para decidir o que quisermos e em que pomos todas as hipóteses em cima da mesa.

Depois também pensamos que ninguém nos obrigou a estar ali, que há pessoas a correr com lesões e com maiores dificuldades, e aí reduzimo-nos à nossa condição e existência e retomamos o foco “para a frente é o caminho”.

A maior motivação de todas é fazer parte e estar à altura do Team It’s Up to You (que apesar de ter sido criado por mim, sinto-me igualmente responsável por contribuir e não desapontar os restantes elementos que juntei e que superam-se diariamente para chegar aos seus objetivos), cheio de good vibes e de bons exemplos, que puxa incansavelmente uns pelos outros. Naquele momento, o Team de apoio serviu de cenoura, para nos levar uns quilómetros mais à frente, sempre a gritar e a puxar por nós, com a bandeira de Portugal em punho.

A parte física não estava no seu melhor estado, apesar de não ter nenhuma lesão, e a mental estava num modo “será que eu gosto mesmo de correr?” certo de que correr com um objetivo de tempo na cabeça não é a minha melhor estratégia de superação. Por isso gosto tanto de primeiras experiências, sem comparações e em que tudo o que vier é bem-vindo!

Desta vez tive a sensação que corri 35kms a fugir dos “maus”, dos balões das 4h15 até metade da prova e dos balões das 4h30 a outra metade :-). Agora dá-me vontade de rir, mas na altura só me apetecia apertá-los até rebentarem para que deixassem de existir à minha volta como forma de pressão.

A chegada ao estádio foi brilhante! A minha companhia da maratona resolve arrancar a 1km e meio da meta e eu a perceber que ainda íamos a tempo de conseguir fazer um melhor tempo do que na primeira maratona, em vez de lhe bater, lá gastei os meus últimos recursos para fazer boa figura e poder gritar aos céus que tinha conseguido record pessoal.

Mesmo antes de entrar no estádio há uma pequena subida, e nessa altura só me saiu “quando é que esta m… acaba?!” com cara de quem ia bater em alguém, para logo a seguir começamos a descer a rampa de entrada do estádio, agarrar a bandeira de Portugal, com a ajuda do que tinha “fugido” de mim, e sentir-me a “atleta” mais feliz e realizada de sempre. E é este o comportamento bipolar que nos é permitido ter ao longo de uma prova de 42,195kms a correr.

Passando ao que interessa que é o presente a pensar no futuro e com a maratona de Valência marcada na agenda para o final do ano, resolvi procurar ajuda profissional para me preparar convenientemente e continuar o caminho da superação com menos pensamentos bipolares.

E como não há coincidências, tive a sorte de conhecer o Bruno Brito, responsável técnico do O2 Life Center, no almoço pós-maratona de Sevilha, que além de correr, faz provas de Iron Man, triatlos, treina os melhores runners que andam aí e, quem sabe, se não me torno num deles :-).

Chegada a Portugal e depois da avaliação biomecânica de corrida realizada no O2 Life Center, tenho em mãos um plano de treinos do Bruno Brito, para pôr em prática com toda a calma e muito tempo, para chegar fortíssima a Valência já no final deste ano!

@O2lifecenter

Os treinos de corrida vão ser complementados com aulas de Glúteo Local e Core no BeGym, ginásio ao lado de casa, para não haver desculpas para faltar, e algumas provas de diferentes distâncias com o Team It’s Up to You.

@begym

Agora sim, com um plano de treinos bem presente e o apoio dos parceiros certos, vai ser muito mais fácil correr uma maratona com um sorriso na cara durante… vamos ver se em menos de 4h :-).

It’s Up to You!

Raquel