Maratona de Valência, uma experiência inesquecível

Maratona de Valencia
A Maratona de Valência foi a minha terceira e última prova de 42,195kms até ao momento. Uma experiência espectacular sob todos os pontos de vista.

A prova começou no dia em que comecei a treinar mais afincadamente, no início de setembro de 2018. Regressada de férias e em count down para o dia 2 de Dezembro, lá comecei a fazer os primeiros treinos longos de fim-de-semana, de 15kms. Lembro-me de um dos primeiros ter sido com a Rita Mesquita, e vários com o Ricardo e a Sofia Rodrigues. Ainda houve a Meia Maratona Rock & Roll de Lisboa e a Corrida Montepio, onde o Team It’s Up to You esteve em peso.

Seguiram-se mais treinos longos na companhia do “Núcleo Duro” de preparação para esta prova, Ricardo, Mariana, João e Sara, e outros treinos mais pequenos com a minha inseparável maratonista Sofia.

Segui (tentei seguir) o plano de treinos do Bruno Brito do Life Center e tive a sorte de ter um acompanhamento de excelência a nível físico também no Life Center, com as massagens desportivas do Hugo Fortuna e consultas de osteopatia do Tobias Paciência. Não consegui cumprir o plano de treinos como queria, fiquei a cerca de 70% do plano, que me obrigou a reajustar o objectivo incial das 4h, para tentar o meu melhor tempo na distância, até então de 4:23:48.

Embarcámos para Valência na véspera ao final da tarde, mal pensado… chegámos cansados e acordámos para a maratona pouco descansados. Felizmente parte do Team foi mais cedo e tratou dos dorsais. Privilégios de quem corre em grupo :-).

Na manhã seguinte lá fomos, acordámos ainda de noite, fomos nos encontrando pelas ruas de Valência, cheia de runners de mochila às costas, a achar que íamos apanhar o autocarro. Errado, acabámos por ir a pé até ao local da partida. Mas até foi giro, deu para pôr a conversa em dia sobre o que eram as nossas expectativas para aquela corrida.

Chegados ao local de deixar os sacos, idas à casa de banho, fomos esperando por uns, perdendo outros, tal começou a ser a nervoseira e adrenalina típicas daqueles minutos pré-prova. Acabei por arrancar com a Sofia, com quem treinei para fazermos a prova juntas. E assim foi do principio, quase, ao fim.

Eu levava pela primeira vez relógio para controlar os tempos e durante os primeiros 20kms andámos dentro do intervalo que nos iria levar às 4h de prova. Mas se até aos 10kms a Sofia ia mais cansada do que eu, depois dos 20kms comecei eu a perder o ritmo.

Ao quilómetro 27 aparece o António, marido da Sofia, para fazer os últimos quilómetros connosco. O bom que foi, entre passar-nos águas, a tirar fotografias, e a ir e vir entre mim e a Sofia, que lhe deu gás depois dos 30kms, foi um fartote de good vibes.

Quando chegámos ao quilómetro 35 eu já só sentia as pernas a serem puxadas para o centro da terra, a Sofia começava a desaparecer cada vez mais da minha vista, mas aproximou-se o António, que no fim me explicou que a Sofia lhe tinha pedido para ficar a puxar por mim :-).

Ao km 37 recuperei forças, concerteza dos geis que tinha vindo a tomar ao longo da prova e da água que bebi, e nessa altura começo a ver muitos atletas (dos que parecem profissionais) parados e agarrados às pernas cheios de caimbras, e aí pensei “vai com calma que o prior já passou e aqueles estão bem piores que tu”.

E lá fomos, levados ao colo pelo entusiasmo da multidão a chamar pelos nossos nomes como se fossem os nossos melhores amigos, nunca ouvi tantas vezes o meu nome como em Valência, e naquela altura foram mesmo.

No quilómetro que antecede a entrada no estádio olímpico parece que estamos na Volta à França, tal era o apoio ensurdecedor, que até emocionou, tal era o desgaste físico e emocional. Ao entrar no estádio, a imagem do enorme tapete azul e a água dos dois lado transmitem uma frescura de tal forma que parece ganharmos uma nova vida, juntamente com o vislumbrar da meta ao fundo. Nessa altura oiço o António dizer para darmos um útlimo sprint, quando aperece a Sofia que estava à nossa espera antes da meta, para a passar pela segunda vez connosco.

Objectivo ajustado cumprido, não o inicial das 4 horas, mas o meu melhor tempo numa maratona 4:12:33.

Voltando à experiência espectacular a todos os níveis, tivemos a sorte de ir com muitos mais amigos corredores (Cat Run, Prim, Carla, Fábio, Joana, André, Rui, com quem nos cruzámos na prova, jantámos no dia da prova, trocámos whatsapps durante toda a viagem, partilhámos experiências e com alguns regressámos de avião.

Diria que mais do que uma Maratona é uma viagem em todos os sentidos, fisicos, emocionais e sociais.

Agora que partilhei a última Maratona, estou pronta para a próxima!

A TCS Amsterdam Marathon espera por nós no dia 20 de Outubro e hoje começa o count down das 16 semanas de treino, tempo mínimo e obrigatório para chegarmos ao nosso objectivo, seja ele qual for!

It’s Up to You!

Raquel