Hoje participei pela terceira vez na Meia Maratona de Lisboa.
Como no meio está a virtude, fiz record pessoal (RP) na segunda, em 2017, o segundo melhor tempo na primeira, em 2016, e usufrui mais nesta última, que para além de ir sem objetivo de tempo, ia curiosa para perceber como o meu corpo de ia comportar a uma prova longa, depois de duas semanas intensivas de treinos diversificados.
Tudo, ou quase tudo, mudou desde que fiz a primeira meia maratona de Lisboa, para agora. Em 2016 ainda não existia o Team It’s Up to You, fui com um amigo, corremos juntos uma pequena parte e o resto da prova fui sozinha. Fiz RP (1’57’’) e achei uma prova ótima para se fazer bons tempos.
Na segunda participação, a do segundo RP, foi a primeira meia maratona do Team, e andava 100% focada em cumprir um plano de treinos para a maratona de Copenhaga, daí a dois meses. Mesmo assim e como não sou de levar o esforço ao limite, lembro-me de ter começado com calma, na descida para Alcântara ter encontrado a Margarida e a “Cruela” do GFD, com quem treinava na altura, e de ter ido com elas até ao quilómetro 17, suportadas por dois pacers, um controlava os abastecimentos e a Sofia o tempo. Pode-se dizer que fui levada “ao colinho” e daí o tempo nunca mais ter feito melhor do que 01:54:13, para ser precisa.
Este ano a meia maratona de Lisboa teve um sabor especial. Além de mais uma grande adesão do Team It’s Up to You, também lá andavam os 10Kapas, Cat Run e amigos, e… parecia que tínhamos ido correr fora de Portugal, tal era a quantidade de estrangeiros, corredores e apoiantes. O público este ano esteve mais efusivo. Gritavam, saltavam, corriam, fotografavam, tenho a certeza que foram inspirados pela Sara do Team It’s Up to You que andou numa correria a querer fotografar todos os que passavam e da Joana e do Fábio que com apitos, saltos e gritos à mistura animaram os participantes até ao fim da prova.
Fui para a meia maratona de Lisboa sem objetivos de tempos por várias razões. A primeira foi não andar a cumprir um plano de treinos de corrida à risca, apesar dele existir (sorry Bruno Brito). Depois, comecei a treinar desde Fevereiro para o Sprint Triatlo de Oeiras, que é já dia 5 de Maio, e por isso a carga de treinos aumentou e diversificou, com natação e ciclismo. A para animar a festa, comecei a fazer treino com Personnal Trainer duas vezes por semana, desde o início do ano. Face à conjuntura, a minha prestação ia ser uma bela surpresa.
No Team, existe a liga dos que correm bastante a baixo de 5’ por quilómetro, os que correm entre os 5’ e 5’30’’ e os que ambicionam correr mais rápido mas dificilmente passam do intervalo 5’35’’ e 5’50’’, onde eu me incluo.
E lá fui para a minha terceira meia maratona de Lisboa, sem grande ambições, e com um intervalo colocado no relógio de um pace que podia variar entre 5’35’’ e 5’50’’, sem fazer contas de quanto isso daria no final. O meu único objetivo era tentar chegar à meta com a Bagui e com a Rita, que queria fazer em menos de duas horas, e como ia partir um pouco atrás de mim, eu tinha alguma margem para gerir sem me ter de matar a correr a baixo dos 5’30’’.
Arrancámos quatro, a achar que íamos fazer a prova todas juntas, mas logo no início perdi-me das três, e sempre que olhava para trás para ver se a encontrava, via um rosnar nos olhos de quem vinha atrás, que deviam estar a pensar “corre mas é, que é para isso que aqui estás”… é mais ou menos este o ambiente que se vive quando arrancamos na linha da frente.
Mas como os Deuses protegem os audazes, que é como me sinto no meio de tantos “cavalos” (= corredores muito rápidos), lá apareceu uma das quatro, e fomos juntas até à meta. A puxar uma pela outra, a dizer adeus, a dar palmadas nas costas por quem passava, a receber palmadas por quem passava por mim, a gritar pelos nomes de quem ia vendo, e a olhar de vez em quando para o relógio, quando apitava para dar-me os parabéns por estar dentro do pace definido (como gostei disto).
Ao passar por Algés pergunto pela Bagui à Sara (Team de apoio) que me diz para não me preocupar que estava ótima! Não imaginava eu o quão espetacular estava…
A 250m da meta, passamos, eu a Sofia (com quem fiz a prova toda), primeiro pela Joana e Fábio dos 10Kapas, aos 200m pela Vera da Associação David Vaz, quando passados poucos segundo, oiço a mesma Vera gritar “vai Bagui” e percebo que estava mesmo ali e que íamos chegar à meta juntas. Engano, a miúda vinha mascarada de mulher bala e passa por mim a abrir… tento acompanhar, e a gritar pela Sofia, para vir também. Vejo que a Sofia fica ligeiramente para trás e que a Bagui continua no seu ritmo estonteante e tenho de tomar uma decisão, passar a meta com quem tinha inicialmente previsto, ou com quem tinha feito a prova toda.
E… deixei a Bagui ir à minha frente, muito bem acompanhada pelo seu foco, e passei a meta com a Sofia, derreadas com aquele sprint final motivado por quem estava em busca de um RP.
Com as partilhas pós prova percebi que a Bagui teve a companhia do marido ao longo de toda a prova, sempre a puxar por ela e que passou a meta super feliz com ele.
A meia maratona de Lisboa foi cheia de RP’s para o Team (Ricardo, Ricardo, Susana, Bagui)! Muitos parabéns a todos os que correram ontem 21kms e uns pozinhos, a todos os apoiantes durante a prova e nos treinos, que nos ajudam a chegar ao dia D e a cumprirmos o nosso objetivo, seja ele qual for.
E muito obrigada à equipa de apoio, Vip Hotels e Life Center, que nos ajudam a estaremos sempre giros e fortes, enquanto corremos :-)!
It’s Up to You!
Raquel