No passado sábado, dia 26 de Fevereiro, teve lugar a primeira Meia Maratona de Cascais, anterior prova de 20km, e a primeira Meia Maratona do Team It’s Up to You. Depois da estreia do Team na corrida “Fim da Europa”, em Janeiro, e de uma excelente representação na Maratona de Sevilha, por uma estreante em tão longa distância, chegou o momento de nos juntarmos numa meia maratona.
Dos dezoito elementos do Team participaram oito na meia maratona e houve a estreia de um elemento em provas, na mini de 5kms, só para ganhar o gosto.
A preparação para esta prova, conforme aconteceu com a anterior, foi reportada diariamente no grupo de WhatsApp, como forma de motivação conjunta. Quando conseguimos juntamo-nos para treinar, às vezes quase todos, outras vezes só alguns, e quando acontece treinarmos sozinhos, a “regra” da partilhar mantém-se para nos motivarmos uns aos outros.
As últimas semanas que antecederam esta prova, não foram fáceis. Entre constipações, infeções respiratórias, indisposições gástricas, recuperação de ameaça de lesão, viagens de trabalho, pouco descanso, houve de tudo um pouco. Mas uma coisa é certa, o entusiasmo geral levou a que ninguém desistisse até ao dia da prova.
Em vésperas de prova começam as partilhas de objetivos pessoais, o que é bom para levar os mais alheados a pensarem um pouco no que se propõem fazer no “dia D”. Particularizando um pouco, não me sentia preparada para bater um record pessoal. Além da falta de descanso acumulado das últimas duas semanas, tive um principio de paragem de digestão dois dias antes da prova, que me obrigou a dormir horas extra. Agora pensando bem, acho que sem essa parte do descanso extra, não teria tido força nas pernas para terminar a prova.
Mas voltando à motivação que é preciso ir buscar, sobretudo quando nos sentimos aquém do cumprimento dos nossos objetivos, recebi através da partilha de uma amiga, informação sobre a “Operação Fernando”, e nessa altura pensei que era essa mesma inspiração que estava a precisar para elevar o meu/ nosso propósito na prova, em algo muito melhor, o de podermos contribuir para uma causa e ajudar quem mais precisa. E foi assim que nos comprometemos a correr, também, para doar 10€ por quilómetro e contribuir para a angariação de fundos do “Camp Hope” de Pedro Queirós, no Nepal.
Dia da Prova:
Encontramo-nos todos à hora marcada, para distribuição dos dorsais e das novas camisolas femininas do Team It’s Up to You (claro que antes ainda houve tempo para umas partilhas de pequenos-almoços híper nutritivos) fizemos o aquecimento e fomos para a linha da meta. Segue-se um minuto arrepiante de silêncio em honra de Analice Silva, uma corredora exemplar, daquelas que costumo chamar “corredor nato”, que não precisa de muito treino para chegar onde quer. Toda a história aqui. Como gosto de relacionar dados e fazer analogias, encontrei uma única analogia entre mim e a atleta Analice Silva, que foi termos começado a correr com a mesma idade. Fora isso nada mais, principalmente a ver com o tema corrrida:-).
Voltando a particularizar, a corrida correu mais ou menos conforme o previsto. Tinha pensado começar a correr a 6’ por km, mas como sempre, e com o embalo da multidão, fiz os primeiros 5kms com subidas a 5’30’’. Ao quilómetro seis comecei a controlar o ritmo cardíaco não deixando passar dos 175 batimentos por minuto e andei à volta dos 5’45’’ até aos 14kms (mesmo assim com alguns picos de 181). Os próximos 6kms à volta dos 6’/ 6’15’’ e os dois últimos a 5’30’’, que depois de 21kms nas pernas, me pareceram a velocidade estonteante de 3’30’’. Resultado: 02:02:15 face ao melhor tempo de 01:55:04.
Como em tudo houve bons e menos bons momentos. O apoio de uma amiga a aplaudir no fim da primeira subida, com direito a reportagem fotográfica, fazer metade da prova com a estreante Filipa Cortez Faria, do blog My Happy Kids, e só ter percebido isso quando nos separámos, a estreia de uma promissora corredora na mini, um elemento do Team ter sido obrigado a parar e interromper a prova ao quilómetro 14 e o regresso de um elemento do Team às meia maratonas depois de ter estado parado um ano, quando descobriu que sofria de Artrite Reumatóide, voltou em força e a sentir-se bem ao nível físico e mental.
Moral da história:
É muito mais fácil correr quando fazemos parte de um grupo de corrida, e quando esse grupo é o “TEAM IT’S UP TO YOU”. Enche-me de orgulho saber que contribuímos para uma causa, ao entregarmos 145kms à “Operação Fernando”), quando nos acontece de tudo um pouco: objetivos pessoais atingidos, orgulhos feridos, objetivos pessoais substituídos por objetivos sociais, duplas a correr do princípio ao fim e a ajuda de quem nunca se preocupa com objetivos.
Ah, e não esquecer o mais importante!!! As bolachas maravilha com que somos sempre brindados no fim de cada prova!
It’s Up to You
Raquel